terça-feira, 24 de maio de 2016

Dois estranhos

A chegar a casa, vejo algo que me intriga.
A minha rua tem dois prédios, e todos nos conhecemos. É uma rua sem saída e os carros são sempre os mesmos.
Por isso, quando há estranhos, a minha curiosidade facilmente se fixa neles. E estranhos que ficam no fim da rua sem saída dentro do carro, é porque não querem ser vistos e acham aquela rua "segura" para encontros.
Mas estes estranhos deixaram-me intrigado.
Dentro de um carro, estava um homem na casa dos 40 e um miúdo na casa dos 16 (eu hoje em dia não consigo perceber se um miúdo tem 15 anos ou 19...).
O tipo mais velho, falava muito. Gesticulava bastante. Mas parecia uma conversa animada.
Brincavam bastante. Muitos sorrisos, muitas gargalhadas. Havia ali, indubitavelmente algo de sexual.
Até que o miúdo saiu do carro, todo sorridente, meio que aos pinotes.
O tipo mais velho, ficou a enrolar um cigarro, com gestos lentos de satisfação, acendeu o cigarro e saiu.
Pode ser preconceito, ou muito bombardeamento por parte do Correio da Manhã, mas aquele encontro não me inspirou confiança.
Eu acho que um miúdo de Lisboa em 2016 com 16 anos,  mais coisa menos coisa, não é parvo nenhum, e sabe muito bem o que anda a fazer.
A juntar a isto, não gostei da pinta do tipo mais velho. Nada mesmo. Tinha ar de javardo.
Não vi acontecer nada. Apenas conversaram. 
E se visse, ...uns amassos. Uns beijos.
Que deveria eu fazer?




1 comentário:

  1. Há uma questão importante. O que constitui crime perante a lei.
    Depois há as nuances: haver miúdos que são manipulados, miúdos que são predadores, miúdos que são equilibrados, etc.

    Postas de lado a parte legal e as diferentes características dos envolvidos. Há casos raros como o da professora de 30 que se apaixonou pelo miúdo de 13 e mesmo depois de presa continuaram. E a família dele estava de acordo por perceber que havia mesmo amor ali, mas a sociedade é que estava contra. Mas neste caso era amor. No que viste não sabemos. Não sabendo. A lei é quem mais ordena :)

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